Em Agosto de 2020, pesquisas realizadas no Brasil apontaram para um maior risco de mortes por COVID-19 relacionadas à síndrome de aflição respiratória aguda em pacientes que convivem com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Para pesquisadores, o fato de que pacientes com doenças autoimunes têm maiores chances de contrair outras doenças – como a COVID-19 – devido a irregularidades no sistema imunológico e terapia com medicamentos imunossupressores já é estabelecido.
Contudo, os resultados das pesquisas conduzidas pela Profa. Dra. Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá apontaram, pela primeira vez, para o fato de que pacientes com LES têm riscos agravados de desenvolver complicações.
Os estudos foram conduzidos com a análise de 252 mil pessoas com COVID-19, 319 das quais convivem com LES. Os resultados mostraram que lúpicos têm mais do que o dobro de chances de desenvolver a síndrome.
Comorbidades como hipertensão arterial, diabetes, doenças neurológicas, cardiovasculares, pulmonares, hepáticas e renais foram consideradas no estudo. De acordo com a pesquisadora, ainda assim o LES representou maior impacto nos indivíduos analisados.
Nas palavras da pesquisadora, “a presença de LES mais do que dobram as chances de morrer por síndrome de aflição respiratória aguda”.
Os estudos e descobertas motivaram campanhas de conscientização acerca da importância das vacinas contra a COVID-19 para a vida das pessoas com lúpus.
De acordo com especialistas, tem havido receio de pacientes com LES em relação aos imunizantes contra COVID-19, motivados pelas ideias de que a vacina poderia desencadear crises da doença ou que o tratamento com imunossupressores poderia fazer com que a vacina tivesse efeito contrário, causando a doença.
É preciso ressaltar a importância do recebimento do imunizante. Contudo, para pacientes com LES, a decisão acerca do melhor momento para tomar a vacina deve acontecer em conjunto com a equipe médica responsável, a fim de identificar o momento de remissão ou baixa atividade do lúpus.
A vacina continua sendo a forma mais eficaz de proteger a si e a sociedade contra a COVID-19. Converse com sua equipe médica e vacine-se.
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