Gestação e doenças autoimunes

Ainda que os avanços médicos atuais possibilitem tratamentos eficazes de doenças autoimunes, pouco se sabe sobre os fatores que as originam. Contudo, estas doenças tendem a ser mais comuns em mulheres e atingem seu pico na idade reprodutiva. Com isso, mulheres que convivem com doenças autoimunes e que desejam engravidar devem contar ainda mais com o apoio de sua equipe médica.

É importante que os profissionais responsáveis por cada caso estejam cientes da decisão, que deve ser tomada em conjunto, para então sugerir o melhor momento gravidez e também monitorar crises ou novos sintomas causados pelas doenças.

A depender da doença, medicamentos convencionais podem ser utilizados para prevenir ou tratar alguma condição causada pela presença de anticorpos anômalos, enquanto outras, podem requerer maior atenção no período final da gravidez e na hora do parto.

Como exemplo, a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, que promove a formação fácil ou frequente de coágulos sanguíneos, pode causar quadros de hipertensão arterial, mas com exames laboratoriais simples e conversa sobre o histórico da mãe, a equipe médica pode iniciar tratamento evitando maiores complicações. Já a trombocitopenia imune, que causa queda no número de plaquetas, favorece a ocorrência de hemorragias. Normalmente, o tratamento é feito com o uso de corticoesteróides e imunoglobulina via oral. Ainda que esta doença possa atravessar a placenta e alcançar o bebê, ela raramente o afeta.

Contudo, outras condições mais delicadas, como o lúpus, merecem atenção. Neste caso, os anticorpos anômalos podem atravessar a placenta e afetar o bebê, causando distúrbios como baixa contagem de plaquetas, ritmo cardíaco lento e, em casos mais graves, perda da gravidez e risco para a mãe.

Recomenda-se que as tentativas de gravidez ocorram quando a doença esteja em remissão por seis meses, a terapia medicamentosa tenha sido ajustada para manter a doença sob controle e a pressão arterial e função dos rins estejam adequados.

É importante ressaltar que a existência de uma doença autoimune na mãe não significa que ela seja transmitida para a criança, e que o acompanhamento médico multidisciplinar é fundamental.

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